PROCURA-SE AMIGO
Desencontrei-me do amigo
que me era tocante,
ultrapassava perigos
sem mudar o semblante.
Que sentia uma dor
mas não a admitia,
muito menos, então,
um grito emitia,
e mantinha-se
como antes,
com o mesmo limite
próprio, distante.
E agora, que ele
não se demonstra?
Fechou-se tal ostra?
Será que ele esconde
sua pérola, sua concha,
seu cálcio, seus ares?
Ou estarão
os seus passos
descalços, em bolhas,
borbulhas...
Em fogo, faíscas, fagulhas?
E no desencontro,
eu sofro, eu sofro...