ORGULHO E RENÚNCIA poesia de J.G.de Araujo Jorge (em áudio)
Não penses que a mentira me consola:
parte em silêncio, será bem melhor....
Se tudo terminou, a tua esmola
meu sofrimento ainda fará maior...
Não te condeno nem te recrimino,
ninguém tem culpa do que aconteceu...
Nem posso contrariar o meu destino
nem tu podias contrariar o teu!
Sofro, que importa? mas não te censuro,
o inevitável quando chega é assim,
- se esse amor não devia ter futuro
foi bem melhor precipitar seu fim...
Não te condeno nem te recrimino,
tinha que ser! Tudo passou, morreu!
Cada qual traz do berço o seu destino
e esse afinal, bem doloroso, é o meu!
Estranho, é que a afeição quando se acabe
traga inútil consolo ao nosso fim
quando penso, que ainda ontem, - quem o sabe?
tenhas sentido algum amor por mim...
Não procures mentir...Compreendo tudo.
Tudo por si justificado está:
- não tens culpa se te amo...se me iludo,
se a vida pra mim é que foi má...
Vês? Meus olhos, chorando, estão contentes
Não fales nada. Vai! Ninguém te obriga
a dizeres aquilo que não sentes,
nem e preciso disto minha amiga...
Parte. E que nunca alguém sofrer te faça
o que sofri com o teu ingênuo amor:
- pensa que tudo morre, tudo passa,
que hei de esquecer-te, seja como for...
Pensa que tudo foi uma tolice...
Só mais tarde, bem sei, - compreenderás
as palavras de dor que não te disse
e outras, de amor - que não direi jamais!...