Amor vencedor!
Abri minha janela e vi flores...
Umas tinham espinhos, outras não.
Algumas tinham perfume, outras não.
A maioria estava estática.
Era verão e tendiam a murchar e a retornar
à profundeza do solo...
Olhando em volta, porém,
Vi que a natureza conspirava algo belo.
Ouvi o ganido de um animal,
obviamente no cio, contente, eloqüente,
gozando ele o prazer carnal
Mas que animais eram esses,
que urravam, uivavam, gemiam?
Gralhas soltas, lobos famintos de sexo,
ou seriam gatos miando e salvando a noite,
suspirando gozos e gritos na noite de amor?
A noite em que os animais, incluindo os racionais, juntavam seus próprios corpos quentes.
Encontravam, lascivos, libidinosos e lúbricos
encantamentos para tatuar aquele momento,
conseguindo validar a natureza, gerando mais um ser que, radiante, feliz e palpitante, entrou pela porta da frente, meses depois, para,
algum dia, voltar à vida e começar novamente
o novo ciclo em que, tomara, vença o amor.