Olhe pra mim, anjo,
Fale-me dos seus sonhos.
E, até dos seus pesadelos.
Das suas dúvidas,
Dos seus desejos.
Quero conhecê-los.
Olhe pra mim, anjo.
Não quero ser o condutor dos seus sonhos.
Só quero tentar entendê-los,
Saber onde eu me encaixo.
Se é que eu me encaixo.
Se é que a eles eu pertenço.
Olhe pra mim, anjo.
Não me prive desse olhar.
Pois, se os seus sonhos não pode revelar,
Deixe-me, ao menos tentar.
Quem sabe os seus sonhos não são os meus,
E, olhando para os seus olhos, eles possam me contar?
Jeronimo Madureira
03/10/2008.