olha a gaivota a pairar livre no ar
escuta o bater de suas asas
em direção do sonho e da lua
escuta o findar da tarde
dando seu último suspiro
e guarda a música da ave
sem destino e sem razão
ela se movimenta
sonoramente
como chamado de um deus
e então
na escuridão da noite
onde apenas esta natureza nos fala
ouça o suspirar da vida
na intensidade do pleno
o amor é sinfonia de pássaros
e um deus avoa
como suas asas
a cantarolar a música do infinito
gaivota dourada
amor da madrugada
voz da namorada
luzes da alvorada
cantos da estrada
de um mundo
onde a vida
já se fez plenitude...
(Alexandre Tambelli, para Carla, noite de 27 de setembro de 2008.)