SERIAM METÁFORAS, SE NÃO FORA

Serrar, cerrar

Será Poesia cera?

Serão metáforas enceradeiras

No parquet

Um parque

No corredor,

na sala íntima?

Serrar, cerrar

Será a Poesia cera lustrando esse mundo

Dando espelhos riachos, rios rasos e profundos

Para que esses índios, que ainda somos, se penteiem?

Que lustrem as metáforas

esse mundo calvo e curvo!!

Diante de ti, Poesia

Sou a femural, a carótida exposta,

O nervo, e o palpitante pulso.

Onde pulsas

Posso sentir a força de teu latejante curso

nas veias doloridas que quando adormecem

sonham contigo.