Conta-me o princípio do universo -
Fala-me desses astros e do lustro
Lânguido e grisalho que, ao som do austro,
Cintila eternamente, mesmo imerso
Nas oceânicas marés da morte.
Deixa-me assistir às fundações
Da Terra, aos vulcões e furacões,
Atroantes guerreiros em mavorte,
Espraiando-se, lautos e sonoros;
E, como de um cadáver nascem flores,
Do mundo, em seu encalço, eis o alvoro -,
Para que, desta arte, como as flores,
Possamos ser também, em grão decoro,
O magno porvir de tantas dores.
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