SAUDADE
Carmo Vasconcelos
Saudade tenho dos sonhos
que já não ouso sonhar
dos arabescos risonhos
das asas do meu voar
Saudade tenho de mim
quando plena de candura
plantava em qualquer jardim
os meus gestos de ternura
Saudade tenho do vento
revolto da juventude
que em golpes loucos sem tento
me roubava a quietude
Saudade tenho do Sol
que eu buscava na procura
da alegria, meu lençol
da tristeza cobertura
Saudade tenho da Lua
minha terna confidente
de mágoas de vida crua
de prantos de amor ausente
E mais saudade pressinto
não sei de quê nem de quem...
da vida, vulcão extinto?
de mim, de ti, ou do Além?
***
Lisboa-Portugal
Meu espaço na Net:
http://carmovasconcelos.spaces.live.com