Mas lembra, meu amigo, que nem tudo
Vive e dura tanto quanto o mar;
Que tudo quanto esplende ao se olhar
Em algum dia viu e, sobretudo,
Ainda há de encontrar o desestudo.
Mesmo que imutável aparentar-se,
Ainda que indelével, podes dar-te
Por certo, meu irmão, de que, contudo,
Tem seu ocaso escrito tudo quanto
É matéria. Confia em teu poeta,
Mas não te esqueças nunca de que o encanto,
Quanto mais breve for, feito um cometa
De ledas ilusões, mais aristanto;
Lembra o que faz mais bela a borboleta.
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