ODEIO O INSTANTE EM QUE TE PERDI!

Se tu soubesses, amor, quanto de vil

Eu tenho no meu imo dilacerado!

Quanto de ódio, quanto de raiva, eu guardo,

Como planeio, secretamente, o meu ardil!!

Amor, quanto de ferida, se tu soubesses!,

De fera, que por vingança vive e reclama,

Tu tremerias, retornarias, como quem ama,

Me calarias, me acalmarias, como se ardesses

Em paixão pura, saudade imensa, força de beijo,

Que aplacasse a fúria atroz da minha dor,

Raiz da mágoa, da guerra aberta, da desavença,

Do ódio cru, de brasa ao rubro, de chama acesa -

Contra o momento, o curto instante daquele sol-pôr

Que te levou e me afundou, só, na tristeza...