Eu sou a folha solta,
Perdida de uma árvore, e não tem volta,
Sou o resto de um quadro de primavera,
Sou a pintura que resta, sem tela,
Sou a cor descolorida,
Sou a testemunha da despedida.
Quero renascer em botões de rosa,
Em flores silvestres ou em prosa,
Ou em folhas de poemas,
Amarradas com cordel, mas sem temas,
Quero deixar as folhas passear no vento,
Espalhar por longe os escritos de algum tempo!
Se pisares folhas no jardim,
São folhas de um pouco de mim,
Com elas cobri o meu lago,
À espera que daí nasça um Mago,
Que cresça uma magnólia enorme,
E abrigue um amor ... que dorme.
26 de Maio de 2006
Nenúfar