BOSQUE DOS SENTIDOS

BOSQUE DOS SENTIDOS

Descalço vou, entre flores e espumas,

O riacho serpenteia, fresco, a cantar.

Pétalas de cerejeiras, leves plumas,

Dançam no ar, sem pressa de pousar.

Ipês dourados vestem a colina,

Como sóis que descem pra me abraçar.

A água cristalina, doce, afina

Seu murmúrio, um canto a embalar.

Passo a passo, a areia molhada acolhe,

A cachoeira canta em seu louvor.

Os pássaros em revoada esboçam,

Suas asas escrevem versos de amor.

Neste bosque, a paz é morada eterna,

Tempo desliza, sem querer passar.

Aqui, a alma é flor que se desenlaça,

E Deus se ouve em tudo a respirar.