Descalço vou, entre flores e espumas,
O riacho serpenteia, fresco, a cantar.
Pétalas de cerejeiras, leves plumas,
Dançam no ar, sem pressa de pousar.
Ipês dourados vestem a colina,
Como sóis que descem pra me abraçar.
A água cristalina, doce, afina
Seu murmúrio, um canto a embalar.
Passo a passo, a areia molhada acolhe,
A cachoeira canta em seu louvor.
Os pássaros em revoada esboçam,
Suas asas escrevem versos de amor.
Neste bosque, a paz é morada eterna,
Tempo desliza, sem querer passar.
Aqui, a alma é flor que se desenlaça,
E Deus se ouve em tudo a respirar.