Se alguém há de perdoar-me,
que não seja só Deus,
mas que seja a quem escrevo.
Escrevi-te sempre
e nunca lestes os escritos meus.
Escrevi-te, escrevo-te,
escreverei-te, mesmo que não tenha uma só linha dos teus.
Escrevo e sei que me levo,
como um pássaro que voa,
a voar de volta sem respostas
dos escritos meus.
E todos os dias,
antes de te escrever,
penso que de mim, nada mais preciso,
e na alma planto cada palavra,
como se fosse um adeus.
Se alguém há de perdoar-me,
que não seja só Deus,
mas a quem escrevo e me despeço nos escritos meus.