É noite, a nostalgia persevera...
ao sentir a escassez, eu faço a prece,
logo adormeço e o sonho comparece:
vejo no abismo o erguer da primavera,
e não será a última benesse,
assim que avanço, a redenção me espera...
há muita luz nas sendas da quimera,
e quase todo mundo a desconhece.
Sonhar, sonhar... quem dera fosse eterno,
abrandaria a solidez do inverno
que reforça a saudade sorrateira.
Sonhar, sonhar... quem dera, simplesmente,
viver no faz de conta tão somente,
fugir da realidade a vida inteira!
Janete Sales