Em todas as estações as folhas caem.
Mas, naquela tarde,
as folhas caíram uma sobre as outras,
milimetricamente,
perfeitamente,
desafiando o vento
e o menino birrento,
pronto para um pontapé.
Ao ritmo da tarde
havia uma folha,
outra e mais outra...
Lâmina viva!
Seiva morta!
O menino disfarça,
o vento golpeia.
Frágil, folha sob a folha.
No jogo: o vento, o menino e as folhas.
Folha posta sobre folha
feito a Civilização:
experiência sobre experiência,
em camadas.
A condição humana em uma folha
à espera do capricho ou acaso...
Ah! Peça do destino!
Eis que
o menino é a folha,
a folha é viração,
a folha é a folha
sem nenhuma proteção.
Um segundo...
Em suspensão...
Por escolha ou sina
Não restará folha sob folha...
Os que viverem... Verão!