Como se te perdesse, assim te quero,
de sedes e desejos inundada...
És a água que se bebe na alvorada,
és brisa sob o sol dourado e austero.
Desejo-te num todo, e então te espero
no arco-íris, na manhã, na noite e em cada
fôlego e riso. Na alta madrugada
busco-te em sonho lídimo, sincero.
Procuro-te no cerne das voragens,
nas nuvens e nos ventos mais selvagens,
nos ermos desta ausência que me invade.
Espreito muito além das altas portas,
onde julguei as minhas asas mortas
e encontro-te nas frestas da saudade.
Geisa Alves