Eu olho para cada rosto familiar, cada amigo distante,
Vendo suas jornadas, como rios que se desenham a todo instante.
Cruzam montanhas e vales, sob sol ou tempestade,
E seguem, mesmo que o destino pareça ser apenas a saudade.
Alguns caminham em campos de flores, outros em estradas de pedra e dor,
Mas todos se erguem, dia após dia, sob o peso do suor e do ardor.
Alguns já plantaram bandeiras em cima de colinas brilhantes,
Enquanto outros tropeçam, mas se reerguem, mesmo que ofegantes.
E o que os une, nessa dança de vitórias e cicatrizes,
É que, mesmo feridos, não desistem de suas matizes.
Vejo suas mãos calejadas construindo sonhos de barro e não de vento,
Cada passo é um grito de luta contra o esquecimento.
Há em cada um a chama que vem de longe, de raízes profundas,
De vozes ancestrais, que sussurram em noites moribundas:
"Siga em frente, mesmo que a estrada seja feita de sombras e pó,
Pois o amanhã pertence àqueles que se refazem do nó."
E assim eu os vejo, com orgulho e admiração sincera,
Trilhando o próprio caminho, seja ele tempestade ou primavera.
E torço, de coração, para que, ao fim de cada jornada,
Se encontrem fiéis ao que são, e à essência de suas almas, resguardada.