**Soneto do Perdão**
A dor que em meu peito se fez prisioneira,
Como um rio que corta a serena amplidão,
Não traz rancor, nem veste de solidão,
Mas a calma, que a alma envolve inteira.
O amor que se foi, não deixou minguar
A luz do perdão que ao coração acalma;
E o tempo, que tanto esculpiu minha alma,
Agora faz-se paz, sem mais resvalar.
Não há mágoa em meus passos, nem sombras a seguir,
Apenas o eco de um sonho que findou,
E a lição de um afeto que aprendi a sentir.
O amor, que um dia dor me entregou,
Hoje é brisa leve, pronta a despedir,
Num adeus que perdoa o que já se passou.
Astir*Carr
18/8/2024
Nesse soneto tentei capturar a essência do perdão e da aceitação, (imitando Florbela Espanca, rsrs) deixando espaço apenas para a serenidade após a dor.