*Sinfonia das Gotas*
As gotas de chuva que se cruzam na vidraça,
Correndo para o mesmo ponto de um destino sem fim,
São como as lágrimas que deslizam pela face,
Num balé silencioso que só a tristeza dita assim.
Cada gota traz consigo uma história de céu e de mar,
Num ciclo eterno de encontro e despedida,
Espelhos líquidos que refletem o ar,
E escorrem, numa dança, pela janela da vida.
O vidro frio é o palco onde desenham suas trilhas,
Caminhos que se cruzam, se encontram, se vão,
Deslizando em sinfonia pelas linhas,
Como notas de uma melodia sem canção.
E assim, no compasso das águas em descida,
O coração encontra sua própria tradução,
Nos rastros das gotas, a alma se aninha,
E se perde na poética visão.
Astir*Carr
Foz do Iguaçu-31-7-2024