DUETO
<<DIÁLOGO NO SILÊNCIO >>
Ciducha Astir*Carr
Olhar cravado no infinito Neste céu azul de nuvens escasso
vazio da parede nua perscruto no calor deste deserto
vivo o silêncio de você. e o calor imenso não responde
Nesse parto de solidão, sufoca-me o que parece transição
não há dor ou lágrima. Há um amor o eterno em solidão
Tomo sua mão envelhecida, sinto minha mão em tua mão
afago seu cabelo grisalho, embranquecidos pelo tempo na saudade
beijo sua boca ardente, lábios trêmulos de tanta ansiedade
abraço seu abraço terno. Que quase esqueceram o que é abraço.
Não há queixa na voz Só saudade no coração
que chama seu nome no escuro. Minha voz se perde na distância
Há apenas esse ardor amante nas lembranças doces da minha vida
de ser agora e sempre, o maior amor da minha existência
de ser a primeira novamente: no filme que se repete diariamente
de ser a marca de seu traço, quando tudo começou no primeiro abraço
o passo do seu caminho; meu caminho com teus passos
de ser o desejo forte de um fenômeno que escasseia
que afoga meu peito de um olhar de um meneio.
Olhar cravado no imponderável Pois assim de olhos fechados te vejo
silêncio da parede nua, na flor branca e simples que re representa
meu peito seu apoio, meu sonho, minha esperança
meu braço seu amparo, a luz final neste túnel escuro
seu abandono impotente para transpor tamanha solidão
minha esperança rogo que nossas pegadas continuem juntas
Não exatamente perdida Mas unidas na nossa esperança
mas desgarrada num desespero de retomada
de razões, da paixão maior da minha vida
motivos, tenho todos para gritar te amo
alentos... na esperança que não morre
vivo o silêncio de você! vivo o silêncio de você.