<<<A PEDRA E O POETA>>>
A pedra, num voo breve, tocou a pele líquida do lago,
e um abraço efêmero selou-se, instante de eterno trago.
A superfície, em círculos, sentiu a carícia fria,
deglutindo o intruso, num rito de amor e magia.
O reflexo do céu, quebrado em mil fragmentos,
desenhou sonhos na alma do lago, espargidos em momentos.
E a pedra, agora memória submersa, repousa em silêncio,
no ventre do abismo, em seu leito, firmando aliança com o tempo.
O poeta, observador atento, capta a dança discreta,
das rimas que se formam, nas ondas do seu vernáculo.
Assim, em versos e sentimentos, tece a trama do efêmero,
faz do ordinário, mágico, e do breve, perpetuado em eco.
By Astir*Carr
Foz do Iguaçu, 3/6/2024