O POETA DA SECA

 

Valdir Rangel

(12-08-1993)

 

 

Eu sou o poeta da seca

Que secou as suas lagrimas

Por ver tanto sofrer

Ver tanta miséria, tanto padecer

 

 

Eu sou o poeta

Que não queria ser

Eu escrevo com letras

A desgraça do povo

Que morre de sede

Que chora de fome

Que perde na seca

As iniciais do seu nome

 

 

Eu sou o poeta maldito

Retrato a tristeza

Um rosto sem riso

Um homem nordestino

Que vive de improviso

 

 

Eu sou o poeta

Que não queria ser

Que nasceu poeta

Por Deus querer

Que só rima nas poesias

Com a palavra sofrer