Valdir Rangel
Há um barco que parte
Todos os dias
Que chova que faça sol
Que seja noite tenebrosa
Ou estrelada
Cheio de passageiros
Sem passagens compradas
Ele parte no silêncio
Da dor de uma lágrima
Não tem âncora ou piloto
Somente velas agitadas
Levando almas indeterminadas
Para a eterna morada
Num mistério imenso
Não revela nada
Seja dia alegre de festa
Ou manhã desolada
O barco parte do porto
Nas águas das lágrimas derramadas
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INTERAÇÃO DO POETA
Luis Xavier, a quem agradeço, de coração!
Nada mais paradoxal que a existência.
Um sopro de vida que logo se extingue,
Uma pedra lançada de um estilingue,
Sob o comando total da Providência.