Saudades: vitrine aberta para alma.
Há quem sinta, há quem haverá de sentir
Vibrar esse feixe de eletricidade; sentir
As ondas, trôpegas, molhar a praia
Sem que apaguem as pegadas na areia...
Nada há que se possa fazer, senão vivê-las;
Tão vivas, tão mortas, tão presas, tão soltas;
Abrindo caminhos, fechando portas,
Acendendo luzes, derrubando estrelas...
Eu - astronauta - perdido no meio delas,
Confuso, a definhar do próprio espaço,
Tentando palpar o mundo, cair com ele;
Do céu de alguém, na praia de alguém,
Nas mãos, no jardim, no café, nos livros,
Nas horas, nos sonhos, em alguém...
Para, quem sabe, ser notado, perdido, esquecido, encontrado.
Ser qualquer coisa...
Qualquer coisa além do que sou.
Qualquer coisa além de mim:
Saudades.
@itamar.fs_escritor