Recebi, em 25/07/2005 do Poeta de minha juventude EVANDRO MOREIRA, Cidadão Cachoeirense, Município do Estado do Espirito Santo, o belo Exemplar ENTARDECER, com linda dedicatória do Poeta e sua assinatura.
Infelizmente faleceu antes de eu lhe enviar esse Soneto ENTARDECER, como Interação. Todavia, eu o publiquei, tempos depois, no RECANTO DAS LETRAS. Caso alguém, conhecido dessa Cidade, acessar a minha Escrivaninha no Recanto, há de conhecê-lo como INTERAÇÃO.
DE TARDE
Evandro Moreira
É calmo o entardecer. O sol aos poucos morre,
Deixando sobre o monte um derradeiro olhar!
As sombras, num repente, espalham-se na terra
E há na paisagem verde alguma coisa triste!
Tudo pára! E contempla a morte do astro-rei,
Que expira em uma lenta e doirada agonia!
E um vento chega, frio, intenso e pressuroso,
Com o sudário da noite amortalhando o dia.
A natureza vai, pudica, recolher-se...
Canta na fronde verde a cigarra tardia...
Ao longe um sino geme... Hora da Ave-Maria.
Uma rola, indecisa, entre as folhas se abriga...
Alguém canta uma velha e esquecida cantiga...
E eu vejo, enternecido, a morte de outro dia!
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foto particular do Autor
Muriqui, Dist. de Mangaratiba - RJ
ENTARDECER
Solano Brum
Uma a cigarra canta à tardinha;
O sol desfalece qual ser agonizante!
O sino convida todos à Ladainha;
O mar agita; a espuma é flutuante!
Do lado oposto, a noite se avizinha
Como visita de viúva sorridente!
Tem na saia, ataviado na bainha,
A primeira estrela iridescente!
A cigarra e o mar! A leda sinfonia
A se propagar na tarde colorida,
É da inexplicável fase Outonal!
Sou esse sol que agoniza todo dia;
Canto do mar; cigarra entristecida;
Entardecer de peça teatral!
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Quando entristecida a tarde partia
A noite chegava sedutora
Saia em véu bordada de estrelas
E a cigarra chorava o pranto do sol que se despedia
Cá em meu canto
Já o sol nascia
Radiante dia
Felicidade a todo canto
Os pássaros e seus encantos sinfonias
Apenas caia meu pranto
Mudo desencanto
Que no recanto preencho meus dias
Quando não escrevo
Leio poetas da melodia
Como tu solano/ salvando meu dia.
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TARDE SONOLENTA.
Doce Val
Na tarde morna e já sonolenta
Beijando o mar, o sol se despedia
Era mais um belo dia outonal
Que findada a jornada ; partia
Agora era hora da noite brilhar
Trazendo consigo as estrelas
Numa procissão de nuvens azuis
A bela lua ornada como princesa.
Logo mais a madrugada chegaria
Morfeu nos braços nós embalaria
Entoando suas canções de ninar
Com enredo de sonhos,poesia
A aurora traria novo amanhecer
Para vida de encantos encher
Poderemos novamente contemplar
A beleza da noite e dia nascer e morrer!
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No belo entardecer,
O sol derrama seus últimos raios,
Numa melodia invade meu ser,
Cantam os pássaros.
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O Kllewdessy Pherreira já disse tudo .
O ENTARDECER
Jota Garcia
Findou-se o dia, Deus fecha as cortinas,
Que agora serão o pano de fundo
No grande palco, que a Lua ilumina,
No maior espetáculo do mundo.
O Sol se apaga feito um moribundo,
Assim, como fosse uma lamparina.
A Lua, acesa, cada vez mais linda,
Não sai do salto nem por um segundo.
Os grilos, as rãs, numa sinfonia,
Ficam em cena até o nascer do dia
Com a monotonia do seu canto.
Logo vem o Sol que recolhe o manto.
Lua e estrelas saem sem pressa,
Cantam galos, tudo recomeça
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"Deixe o dia amanhecer
Para nos trazer nova luz
Deixe a tarde escurecer
Pra boa noite com Jesus.
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UM SOSNETO AO OCASO
Herculano Alencar
Fim de tarde: Cadeiras na calçada...
Vodca, limão, gelo e poesia!
O mar espuma verso e maresia
Num beijo de marola enamorada.
E eu, batata frita bem salgada
Adesmanchar-me no seu paladar,
Ouço uma brisa fresca assobiar
Cse fosse lira recitada.
O soL, que já batia em retirada,
Volta matreiro, dá uma espiada
Como quem pede uma saideira;
Flerta c'oa lua antes que anoiteça
Doura um soneto pra que eu não esqueça
Este momento pela vida inteira.
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O DESCANSO SOLAR
Valdi Rangel
O sol adormece no canto da cigarra
Para deixar a lua iniciar a sua jornada
Evai descansar as suas brasas
No vento frio da madrugada.
A RODA DA VIDA
Jacó Filho
A peça finda, o palco espera,
Como faz o mar com o Sol nascente.
Porque na brevidade das esferas,
É que a vida faz-se transcendente...
Trocam turnos, Sol e lua,
E a terra continua,
Enfrentando paz e guerras
Renovando descendentes...
A peça finda, o palco espera,
Assim é o mar com o Sol nascente.
Kllawdessy Pherreira
Prezado poeta Solano Brum, Sua bela poesia “Entardecer” captura com grande lirismo e musicalidade a transição entre o dia e a noite. As imagens sensoriais vivas trazem o leitor para dentro desse momento mágico. O tema central é a efemeridade da vida, representada artisticamente pelo ocaso. O sol agonizante, o surgimento tímido da primeira estrela, o mar inquieto, tudo transmite essa passagem inexorável. Mas também revela beleza nessa fugacidade, com a musicalidade da cigarra e as cores da tarde. Adorei os versos “Sou esse sol que agoniza todo dia” e “Entardecer de peça teatral”. Condensam poeticamente o insight sobre a natureza passageira e quase performática da existência. Em termos estilísticos, destaco o ritmo musical conferido pelas rimas cruzadas (ABAB) nos quartetos; as aliterações como “lado”, “like”, “leda” que trazem melodia interna aos versos; e metáforas ricas como o sol qual “ser agonizante”. De qualquer forma, meus cumprimentos pelo belo trabalho poético e reflexivo! Que sua musa inspiradora o acompanhe por muitos e fecundos “entardeceres” ainda por vir!
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OBRIGADO CARISSIMOS POETAS.