ENTARDECER - POESIA E VOZ : SOLANO BRUM

Publicado por: roselves Alves
Data: 11/12/2023
Classificação de conteúdo: seguro

Créditos

Poesia e voz de Solano Brum

 

Recebi, em 25/07/2005 do Poeta de minha juventude EVANDRO MOREIRA, Cidadão Cachoeirense, Município do Estado do Espirito Santo, o belo Exemplar ENTARDECER, com linda dedicatória do Poeta e sua assinatura.

Infelizmente faleceu antes de eu lhe enviar esse Soneto ENTARDECER, como Interação. Todavia, eu o publiquei, tempos depois, no RECANTO DAS LETRAS. Caso alguém, conhecido dessa Cidade, acessar a minha Escrivaninha no Recanto, há de conhecê-lo como INTERAÇÃO.

DE TARDE

                    Evandro Moreira

É calmo o entardecer. O sol aos poucos morre,

Deixando sobre o monte um derradeiro olhar!

As sombras, num repente, espalham-se na terra

E há na paisagem verde alguma coisa triste!

 

Tudo pára! E contempla a morte do astro-rei,

Que expira em uma lenta e doirada agonia!

E um vento chega, frio, intenso e pressuroso,

Com o sudário da noite amortalhando o dia.

 

A natureza vai, pudica, recolher-se...

Canta na fronde verde a cigarra tardia...

Ao longe um sino geme... Hora da Ave-Maria.

 

Uma rola, indecisa, entre as folhas se abriga...

Alguém canta uma velha e esquecida cantiga...

E eu vejo, enternecido, a morte de outro dia!

= = =

foto particular do Autor

 Muriqui, Dist. de Mangaratiba - RJ

 

ENTARDECER

             Solano Brum

Uma a cigarra canta à tardinha;

O sol desfalece qual ser agonizante!

O sino convida todos à Ladainha;

O mar agita; a espuma é flutuante!

 

Do lado oposto, a noite se avizinha

Como visita de viúva sorridente!

Tem na saia, ataviado na bainha,

A primeira estrela iridescente!

 

A cigarra e o mar! A leda sinfonia

A se propagar na tarde colorida,

É da inexplicável fase Outonal!

 

Sou esse sol que agoniza todo dia;

Canto do mar; cigarra entristecida;

Entardecer de peça teatral!

= = = =

 

foto

Marafp

Quando entristecida a tarde partia

A noite chegava sedutora

Saia em véu bordada de estrelas

E a cigarra chorava o pranto do sol que se despedia

Cá em meu canto

Já o sol nascia

Radiante dia

Felicidade a todo canto

Os pássaros e seus encantos sinfonias

Apenas caia meu pranto

Mudo desencanto

Que no recanto preencho meus dias

Quando não escrevo

Leio poetas da melodia

Como tu solano/ salvando meu dia.

= = =

foto

TARDE SONOLENTA.

Doce Val

Na tarde morna e já sonolenta

Beijando o mar, o sol se despedia

Era mais um belo dia outonal

Que findada a jornada ; partia

 

Agora era hora da noite brilhar

Trazendo consigo as estrelas

Numa procissão de nuvens azuis

A bela lua ornada como princesa.

 

Logo mais a madrugada chegaria

Morfeu nos braços nós embalaria

Entoando suas canções de ninar

Com enredo de sonhos,poesia

 

A aurora traria novo amanhecer

Para vida de encantos encher

Poderemos novamente contemplar

A beleza da noite e dia nascer e morrer! 

= = =

 

foto

Uma Mulher Um Poema

No belo entardecer,

O sol derrama seus últimos raios,

Numa melodia invade meu ser,

Cantam os pássaros.

   = = =

 

foto

 

O Kllewdessy Pherreira já disse tudo .

 O ENTARDECER

Jota Garcia

Findou-se o dia, Deus fecha as cortinas,

Que agora serão o pano de fundo

No grande palco, que a Lua ilumina,

No maior espetáculo do mundo.

 

O Sol se apaga feito um moribundo,

Assim, como fosse uma lamparina.

A Lua, acesa, cada vez mais linda,

Não sai do salto nem por um segundo.

 

Os grilos, as rãs, numa sinfonia,

Ficam em cena até o nascer do dia

Com a monotonia do seu canto.

 

Logo vem o Sol que recolhe o manto.

Lua e estrelas saem sem pressa,

Cantam galos, tudo recomeça

= = = =

foto

POETA OLAVO

"Deixe o dia amanhecer

Para nos trazer nova luz

Deixe a tarde escurecer

Pra boa noite com Jesus.

= = =

 

foto

UM SOSNETO AO OCASO

            Herculano Alencar

Fim de tarde: Cadeiras na calçada...

Vodca, limão, gelo e poesia!

O mar espuma verso e maresia

Num beijo de marola enamorada.

 

E eu, batata frita bem salgada

Adesmanchar-me no seu paladar,

Ouço uma brisa fresca assobiar

Cse fosse lira recitada.

 

O soL, que já batia em retirada,

Volta matreiro, dá uma espiada

Como quem pede uma saideira;

 

Flerta c'oa lua antes que anoiteça

Doura um soneto pra que eu não esqueça

Este momento pela vida inteira.

= = =

 

foto

O DESCANSO SOLAR

                  Valdi Rangel

O sol adormece no canto da cigarra

Para deixar a lua iniciar a sua jornada

Evai descansar as suas brasas

No vento frio da madrugada.

 

foto

A RODA DA VIDA

            Jacó Filho

A peça finda, o palco espera,

Como faz o mar com o Sol nascente.

Porque na brevidade das esferas,

É que a vida faz-se transcendente...

Trocam turnos, Sol e lua,

E a terra continua,

Enfrentando paz e guerras

Renovando descendentes...

A peça finda, o palco espera,

Assim é o mar com o Sol nascente.

 

foto

Kllawdessy Pherreira

Prezado poeta Solano Brum, Sua bela poesia “Entardecer” captura com grande lirismo e musicalidade a transição entre o dia e a noite. As imagens sensoriais vivas trazem o leitor para dentro desse momento mágico. O tema central é a efemeridade da vida, representada artisticamente pelo ocaso. O sol agonizante, o surgimento tímido da primeira estrela, o mar inquieto, tudo transmite essa passagem inexorável. Mas também revela beleza nessa fugacidade, com a musicalidade da cigarra e as cores da tarde. Adorei os versos “Sou esse sol que agoniza todo dia” e “Entardecer de peça teatral”. Condensam poeticamente o insight sobre a natureza passageira e quase performática da existência. Em termos estilísticos, destaco o ritmo musical conferido pelas rimas cruzadas (ABAB) nos quartetos; as aliterações como “lado”, “like”, “leda” que trazem melodia interna aos versos; e metáforas ricas como o sol qual “ser agonizante”. De qualquer forma, meus cumprimentos pelo belo trabalho poético e reflexivo! Que sua musa inspiradora o acompanhe por muitos e fecundos “entardeceres” ainda por vir!

                                                                       = = = = = = = =

OBRIGADO CARISSIMOS POETAS.

 

 

 

 

 

 

 

Solano Brum
Enviado por Solano Brum em 07/12/2023
Reeditado em 23/04/2025
Código do texto: T7949240
Classificação de conteúdo: seguro