imag. arq. do aut. 

 

RETRATO DAS RUAS

 

 

Valdir Rangel

 

No seu choro de desespero

A dor era de fome

A sua matéria biológica

Perdia a razão humana de homem

 

Não tinha o básico

Nem o mínimo ou supérfulo

Para entrar na vida

Faltava comprar o seu ingresso

 

A tristeza inevitável

De forma ativa instalou-se

Nada mais lhe alegrava

Nem sequer uma bala doce

 

As calçadas do mundo

Era o seu país presencial 

Embora o seu desejo de asas

Fosse um país distante virtual

 

Queria conhecer as galáxias

Onde lá não houvesse o mal

Mas, foi dormir naquela noite,

depois de jantar, esperança com sal

 

 

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