Há círios de alcatrão
no compacto da urbe.
Esbugalhados
olhos
de cimento
vidrados
opacos
congelam terror.
Há bichos
bípedes
nas tocas
nas celas
nos caixotes
que empacotam
homens-bichos.
E há máquinas,
orquestras de máquinas
a produzir ruídos
grossos
com dedos longos
unhas agudas
riscando ardósias
ecos uivantes
sons irritantes
de enlouquecer...
Na cidade
onde as pessoas
já não são pessoas
e apetece morrer.