Esse poema, você poderá, ouvir em páginas de ÁUDIOS, no Recanto das Letras. Vá lá!
Valdir Rangel
Todo dia é fim
Quando não tem começo
Quando a esperança
Já não dá mais jeito
Quando as rotas antigas
Perdem o seu endereço
E as causas nobres
Sofrem seus tropeços
E a vida recebe as ataduras
Que se enrijecem no gesso
E as lembranças fervilham
Nas horas do tempo
Esquentando a cabeça
Num total desmantelo
E a dor se amplia
Na furada fina do espeto
Fazendo a imagem em ultrassom
Dos amores ao avesso
Do que restou na saudade
Em um verso magro, esqueleto
Todo dia é assim
Será fim, se não tiver
um novo começo