Almas no varal
Primeiramente, um trabalho
Pode ser um quebra galho
Pra eu comprar o meu feijão
Meu ganha pão
Sempre veio do suor
Assim, me sinto melhor
Parecendo um cidadão
Não quero esmola
Pois ainda estou sadio
Nem quero sentir o arrepio
De não me sentir ninguém
Só sabe quem tem
Uma panela vazia
E vê, a morte do dia
Matando a nós também
Almas no varal
A cruz no quintal
Guardando o corpo
De quem nem nasceu
A vida morreu
Sem ter nem nascido
E o nome escolhido
Nem soube que é seu.
Marco Menezes
Poesia Desmetrificada