( Poesia Declamada - RAD008 ).
Folhas secas voam, pelo Vento,
Espalham-se da Planta, e, além:
Dizem adeus a quem deu alento.
Saudosa acena, adeus também.
Uma Planta, arcada, abatida,
Desfolhada sobra sem o Fruto.
Ainda em pé, envolto à ferida,
Caule seco qual o preto o luto.
A Chuva maldosa a esquece.
Derrama-se, porém, distante.
A Dor ainda mais engrandece,
Abate-lhe a Solidão andante,
O Sol lhe torra, aí agonia.
Perde uma haste, que cai.
Igual um fim na tarde fria,
Soando: desculpe não vai!
É Noite e o descanso preciso,
Velando-a, tão só, quase morta!
Entende que a Vida é Sorriso,
Devolve-lhe seu trono: a Horta!
Em Sonho, a desperta por Lei,
O Sereno, bem claro, lhe diz:
Levanta-te, enquanto está aí;
Dê frutos, porquanto és Raiz.
A Planta vibra, sem braços,
Embola o cansaço e levanta.
Revigora a Vida, nos traços,
Que apura a Terra, encanta!
Entreabre a Janela e respira,
Quem sabe, então, outra vez!
Do Sonho a mensagem mira!
Quem tenta, consegue, talvez!
E o Sol, já solidário, aparece...
Chuva vem bondosa do Leste.
A Planta, encantada, floresce.
E de novo, do verde se veste.