“ INDAGA-ME “

“ INDAGA-ME “

“ INDAGA-ME “

Arrastar-se-ia sôfrega agonizante

pena sobre a escrivaninha clemente

em súplica a que viesse eleva-la

para tocar sua face ao tinteiro

Ousaria em artimanha de induzir-me

a tocar-lhe a tez sabedora de que

uma vez a ela atado deste encanto

inebriado perderia a sensatez

Culpo-me em desta forma me entregar

neste pensar desprovido talvez até

mesmo da confiança que nela tenho

depositado neste caminhar

Mas… indaga-me a razão quando a

voz que aos meus ouvidos não é dado

ouvir tendo tomado o coração os

sentidos e atenção entrego

Chama meu nome em altissonante

aturdida súplica a que ao lugar e

realidade em que se encontra este

corpo morada minha eu volte

Inutilmente até mesmo se

aborrece e entontece-se em

torpor esbravejando suas agruras

enquanto deleito-me em doçuras

Inebriado embevecido brio envolto

deste plano leve desprendido solto

desatado entregue ao labor que me

incumbem as inspirações que me valem

Mesmo tendo ao redor tão divergentes

realidades que mais se comportam qual

fantasias de terror quando aqui

estou ergo um louvor

Pois sentir-se íntimo de si e da fonte

que lhe sustém é o que da ao poeta o

prazer de não somente entregue a

inspiração além aqui viver

Sabedor de necessitar não somente de

corpo mas consciente retorna ao seu

presente e dá-se conta de seu afazer e

retoma de sua lida o prazer

Cá me encontro neste

mesmo ponto em que

me permiti não pertencer…

Tito Trugilho, 06 de setembro de 2023.