A cada dia eu me afundo na
poeira que criei quando destruí
meus sonhos.
A cada hora preciso me lembrar
de algum motivo, algum sentido
para continuar a doer.
A cada passo, deixo um rastro
escuro, da mesma cor do muro
que cercou a minha vida.
Eu não ouço mais o som dos
meus olhos piscando. Não sinto
mais o cheiro da luz me
esquentando.
Hoje, eu fecho as cortinas e
mastigo os dias com a
ignorância da razão.
Eu inspiro escuridão.
A nuvem negra paira eternamente,
enquanto a tempestade me
conduz incansavelmente pelo
labirinto do tempo.
Eu não sei como aguento.
Quem sabe essas palavras
sejam o último lamento e,
quem estiver lendo, que seja o
meu eco de sentimento guiando
a minha alma para algum lugar
com um pouco menos de
sofrimento.