Logo depois do almoço...saimos. Viagem longa, estrada com poucos recursos, cheia de curvas, sem acostamento, estreita, mão dupla e outras tantas dificuldades.
Madalena seguiu no banco traseiro, na sua cadeirinha para criança de oito anos. Feliz... iria ao médico oftalmologista. Quem sabe... o seu desejo de usar óculos seria atendido naquela tarde fria e com promessas de chuvas.
Durante todo o percurso as perguntas iam e vinham. Papai atento à estrada, entre a música e a curiosidade de Madalena, respondia as inquietações da filha caçula.
As indagações eram muitas e múltiplas... meio ambiente, estrutura da estrada, distância a percorrer, localização das cidades...
Na volta, bem ao anoitecer, cansada, mas feliz, pois o seu lindo rosto receberá a correção da miopia. Seguiam os pedidos para papai descrever a volta para casa e a distância a percorrer.
De repente, vovó se deparou com a Lua, que quase chegando a crescente, lindamente emparceirada com o Planeta Vênus, ressignificava o simbolismo da viagem.
O caminho tornou-se uma linda aventura, sob a observação dos movimentos da Lua... ora ao lado, ora à frente dos passos que levariam os sonhos de Madalena para casa. O céu lindo, límpido, sem nuvens, com nuances do crepúsculo, anunciava o anoitecer de uma noite estrelada e encantada.
Dentre uma observação e outra, os extraterrestres fizeram parte da pauta daquelas conversas cheias de perfumes do universo misterioso e instigante.
No pique esconde da Lua...
a Terra reafirma-se redonda.
Na dança do satélite iluminado
a viagem é aventura
pura...
e na inocência da criança
com oito anos...
descobertas dos embalos
dos mistérios do mundo
encantam o palco celeste.
Lua e estrelas...
entrelaçam-se na dança
e contradança.
O Universo sorri!
Madalena debruça-se de contentamento
sob a luminosidade do tempo que avança!
Foto by Zaciss
Arte GUTO