UNIPÉGASUS DO AMOR ( RONDÓ PORTUGUES)

UNIPÉGASUS
Jorge Linhaça



Voa pégasus, unicórnio voa,
e voando, venh'agora me dizer,
que o meu versejar não é á toa,
que não hei, deste mal, agora morrer
ainda que as mágoas não possa conter,
pois de tanto pensar nessa varoa,
de tanto a ela dar meu bem querer,
minh'alma chora e também se magoa.

Asas ao vento, o chifre em riste,
a voar insiste, vai pelo tempo,
sorvendo o alento, inda que triste,
lutando persiste, no teu intento.

Voa, poesia, em versos dispersados,
criando estrelas pelo espaço,
Voa, poesia, entrega os recados,
alivia de minh'alma o cansaço.
Soa, melodia, soa teus compassos,
na sinfonia do amor desejado,
Voa pégasus, que o tempo é escasso,
resgata do tempo este meu fado.

Asas ao vento, o chifre em riste,
a voar insiste, vai pelo tempo,
sorvendo o alento, inda que triste,
lutando persiste, no teu intento.

Traze de volta, a minh'alegria,
usa o teu chifre , ó mágico ser,
traze-me de volta a luz do dia,
resgata-me deste triste padecer,
pois as lágrimas não posso eu conter,
quando me atinge a nostalgia.
Fico, eu, entre o ser e não ter,
cantando a dor nas minhas elegias.

Asas ao vento, o chifre em riste,
a voar insiste, vai pelo tempo,
sorvendo o alento, inda que triste,
lutando persiste, no teu intento.

9/mar/2008
10:59