A burra unanimidade
Tem besta cognição
Enfrente a televisão
E essa liquida verdade
Fruto da perversidade
Que tenta lhe convencer
Da relevância do ter
É mentira surreal
Ser diferente é legal
Igual eu não quero ser
A unanimidade é burra
Nelson Rodrigues falou
Ele também comprovou
E n'arte deu uma surra
Que até hoje nos esmurra
Você não quer aprender
Não enxerga e não quer ver
Uma cegueira abissal
Ser diferente é legal
Igual eu não quero ser
A imitação maquiada
De fantoches coniventes
Que não são inteligentes
Para fugir da cilada
Essa tão grande enrascada
Você precisa vencer
Nunca sua alma vender
Nem para o bem nem pro mal
Ser diferente é legal
Igual eu não quero ser
Que seria do vermelho
E quem sabe até do preto
Que vive em eterno gueto
Caso todos de joelho
Ouvissem falso conselho
Do tal reino do prazer
Onde se tem que sofrer
A penitência animal
Ser diferente é legal
Igual eu não quero ser
Rótulos, pra você guarde
Molduras eu vou quebrar
Vou romper e estraçalhar
Pois eu não sou um covarde
E também no meu peito arde
A chama que vai crescer
E fazer alvorecer
Boa mudança afinal
Ser diferente é legal
Igual eu não quero ser
Você é muito igualzinho
Porque se deixou moldar
Esculpir e acomodar
Por um vil capitalzinho
Que lhes faz um coitadinho
Um servo útil do poder
Sem sol, seu anoitecer
É tão triste e baixo astral
Ser diferente é legal
Igual eu não quero ser
Pois mude, escape e transforme
Sua vida e seu legado
Seja o juiz, não o julgado
Nova consciência forme
Seus valores reconforme
É pecado esmorecer
Da razão empobrecer
Ser escravo da moral
Ser diferente é legal
Igual eu não quero ser
Obs: Imagem Google (Revista Class).