Nosso amor é um grande veleiro
Lançado em direção aos mares bravios.
Embarcando seus dois passageiros
Que falam a mesma linguagem
Para a mais bela das viagens.
Com a alma e o coração como
Os grandes personagens.
O tempo tinha extinguido o nosso fogo
Mas nós nos reencontramos
Desapareceu a agitação da alma,
Nós conjugamos o verbo amar...
Nós vamos parar o tempo, e contentes
Transformar o inverno em primavera,
Voltar a ser adolescentes,
Vamos colorir o mundo.
Nos desertos intransponíveis,
Colheremos rosas nas areias.
Ao largo nas ilhas sob o vento
Pescaremos peixes para o nosso sustento.
Arrancaremos as correntes que estão a nos acuar
E nos impedem de voar
Para agarrar pela cauda os cometas da via láctea
E lançá-las ao mar.
Nossos corações iguais a vulcões
Borbulham apaixonadamente.
É pelo prazer dos nossos corpos
Que podemos medir o nosso amor!
Por isso temos certeza que ele
É descomunal, autêntico e de imenso valor.
( Primeira poesia gravada após diagnóstico de Parkinson em 2008)