Estou caminhando a esmo nas ruas
O sono não vem e a noite se alonga
Estou sozinho, pelas alamedas nuas
E a cada passo, minha aflição se prolonga.
No ar sinto o aroma da flor da saudade,
Que invade e toma posse do peito.
Este cheiro se esparze por toda a cidade
E respira-lo agora é o único jeito.
Decisões tomadas em momentos impróprios
Nos deixam na boca esse amargo sabor
De deixar falar mais alto o amor-próprio
E depois degustar arrependimento e dor
Talvez seja tarde para ver a razão
E tentar consertar o mal que causei.
Talvez não exista mais um perdão,
O mesmo que ontem, eu lhe recusei.