TRAGO

Seus olhos dizem algo

Que a sua mente nega,

Não estou à altura

Do voo que você planeja

Nem sou a estabilidade

Que a sua mão procura.

Sou o desejo proibido, absorvido

Por seu orgulho latente.

Trago cálido

N’avidez da saliva diluído.

Fagulha de um brilho,

Sou a carência ardente –

A voz mansa que lhe transpassa

Num rugido.