Versos talhados.

Levo em meu peito, versos talhados,

No gume da espada, no rubro da chama!

Calor que arde e transforma em pecados

Desejos que tal como éter se inflamam.

 

Gravei em Minh ’alma seu nome e seu rosto,

E nem toda uma vida irá apaga-los.

Segredos da mente e do coração,

Pertencem a quem ousar em guarda-los.

 

Na beira do abismo, se vive ou se morre,

E do mal de amar, ninguém nos socorre.

Resta-me então ter o que nunca tive!

 

Ter a poesia, que envolve a paixão,

Ou a alforria, desta escravidão,

Pois da dor do amor, não se sobrevive...