Quem poderá?
Quem poderá nos culpar
pelos vícios, nossos resquícios de insensatez?
Somos o caos mais que sagrado
e quando se vê, começa tudo outra vez.
Quem poderá duvidar da nossa euforia,
da alegria de sermos diferentes,
se quando nos descobrem bem no fundo,
colocam óculos ou lentes.
Quem poderá nos julgar
pelos atos insanos e pela promessa?
Não nos basta um mundo de planos,
somos feitos de atalhos e frestas.
Quem poderá nos amordaçar
nesta floresta de enganos,
pois basta o dia raiar,
para que os sonhos entrem pelo cano.
Quem poderá nos buscar
dentro de nossas armadilhas?
Se cada passo que damos,
é demais para quem
não conhece as trilhas.
Quem poderá entender
tanta estranha maldade
e a tentativa de sobreviver
por um pouco de felicidade... ???
Reeleitura 2005