Plena solidão.

 

Em plena solidão pude ver-me, caminhando pelas ruas.

Em meio à multidão, apressada para chegar.

Em cada rosto poderia, sentir a presença sua.

E em cada par de olhos,  relembrar o seu olhar.

 

Estranho como a solidão acontece! Inunda o nosso interior,

E faz nos sentirmos tão frios, em meio a tanto calor.

É a solidão na alma, a solidão de um futuro.

É a solidão da luz... É caminhar só, no escuro...

 

Em meio a tantas pessoas, não enxergamos ninguém,

Porque nossos olhos procuram, somente por certo alguém.

Alguém que um dia partiu e nunca mais vai voltar,

Alguém que deixou o vazio, onde antes era o seu lugar.

 

A vida parece cruel, por nos castigar desse jeito.

Fere-nos de morte e impiedosa, estraçalha nosso peito.

Nos deixa assim, sem rumo, a vagar pelas calçadas,

Vivendo a procura de tudo e só encontrando o nada...