Por vezes, na labuta do dia a dia, nos embates da vida cotidiana, mesmo quando temos em nós os mais elevados e sublimes ideais, mesmo quando educamos com nosso esforço e dedicação a razão, nos sentimos vulneráveis, como que frágeis crianças perdidas dos pais. Queremos ter força e apenas conseguimos reconhecer a própria fraqueza. Queremos crer, nos deixamos levar pela desilusão e pela amargura. Ansiosos por viver nossas esperanças de felicidade, nos curvamos às dores. E então nos invade o inimigo silencioso da solidão. Quando assim sentir, utilize o seu impulso de vontade, alimente a sua fé. Lute para não duvidar da misericórdia. Lute para sentir a bênção da vida. Olhe para a promessa de vida que é o esplendor da aurora do dia. Abra sua audição à sinfonia dos pássaros que encantam o nascer do dia. Lembre da divina brisa fresca das manhãs a lhe acariciar a face. Lembre das chuvas finas que acalentam os nossos corações cansados. Sinta o afetuoso calor do sol que nos toca, sem contrapartida, a pele. Olhe para a magia artística dos dourados crepúsculos dos finais de tarde. Compartilhe dos raios azul-prateados da encantadora lua a vagar pelo céu. Pois lembremos sempre: somos criaturas em meio à criação. E nela devemos nos inspirar, descobrir o afeto oculto em meio à lei divina. Inspirar-nos no elevado, quando impulsionados às nossas quedas, permitindo que nosso ser a isso tudo consiga sentir. E, assim, descobrir que por detrás disso tudo existe um terno olhar. Olhos onde brilha o amor de quem venceu as amarguras terrenas. Olhos que guardam uma velha e sagrada promessa, um pacto de esperança que nos dá a força que por vezes nos falta, O firme e doce olhar do Cristo, a inquietar nossa razão, a consolar os nossos corações.