Como ELA pode ser tão malvada
Mas, aquela outra sempre me sorri
Me abraça, me manda beijos
É como uma irmã,
Uma alma gêmea
Sim, a trato assim
Me liga para saber como foi o meu dia
Jogando conversas fora pelo telefone
Então, eu rio, grito de euforia
Gargalhadas por tantas bobagens
E, por tantas conquistas; suas, minhas
A saber: eu choro de alegria
E ainda me diz: Pra cima, pra cima!
Em todo o tempo alimentando minha autoestima
- E... Ei você! - Eu?
- Não, ELA!
Não é bem-vinda
Sinto pavor dela
Sei porque veio me ver
Afasta- se, não invada minha casa
Saia sua ordinária
Inicia dando rasteiras
Derrubando no chão
Voraz, penetra a carne
Esfaqueando corações
Afetando semblantes
Deixando sempre no horizonte
Entorpecendo então,
Tantos lindos sonhos
Não satisfeita, planeja a morte
Por fim, se torna assassina
- Polícia, ELA está aqui!