Sofro, amargamente, neste mundo desleal
como este de ilusão não há igual
Choro para sufocar minhas dores cruéis
que são grandes e sempre infiéis.
Os meus sofrimentos um dia terminarão
deixando, enfim, em paz, meu triste coração
que, torturado, vive, somente, a sofrer,
a gemer tanto, tanto, que parece padecer.
A padecer tristonho sim, vive agonizante
sem consolo e carinho, em nenhum instante
No entanto, fito essa imensa amplidão
que parece confortar meu pobre coração.
A poetizar vivo, este mundo de além
desabafa as minhas dores e me faz um bem.
Na poesia encontro toda a lealdade
que me leva, com amor, aos degraus da verdade.
Deus me deu belo dom, que é poetizar
com tudo o que me inspira e que me faz sonhar
sonho sempre um dia terei a realidade
de tudo o que fará minha felicidade.
Teresina, 1962.
(Do livro "Caminhos", Teresina, 1986, página 18)
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