Recomeçar

Publicado por: Keith Danila
Data: 14/09/2020
Classificação de conteúdo: seguro

Créditos

Título: Recomeçar Autor e Interprete do Texto: Keith Danila Música: Nuvole Bianche - Ludovico Einaudi Interprete da Música: Jacob's Piano
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Recomeçar

Durante o começo em tudo pensamos acertar...

Os começos são feitos de atitudes ousadas, por certo, caminham juntas com nossa coragem. Começar a andar é o momento em que unimos os planos às ações, onde nosso principal propósito idealizado é alcançar o topo da montanha. Durante as primeiras horas de trilha temos um depósito natural de força que acumulamos ao longo da preparação. Alguns se preparam meses, outros anos, em grande parte adquirindo resistência e conhecendo seus limites em um ambiente familiar. Porém é após o começo e durante a trilha que as imprevisibilidades vão ocorrendo. Um arranhão aqui, outro ali, entre kit de primeiros socorros, repositor de glicose, conferida no termômetro, continuamos o percurso com o que poderíamos prever. Mas no começo ninguém quer prevê o primeiro grande tombo, o pé que contorcemos, as condições naturais que não são favoráveis, o lugar de pouso que deveria estar nos esperando e tudo isso vai guiando o nosso ritmo de caminhada.

As possibilidades de escolhas são distintas e escolhemos como trilhar embasados no conhecimento que adquirimos delas. Assim é a vida, a montanha que estamos subindo ou descendo, quando começamos essa aventura após o nascimento. Em um dia nos formamos no pré-escolar, outro dia estamos graduados, em algum momento decidimos trilhar nossos passos a dois, outros dias a sós, em instante nos sentimos fortes e cheios de saúde, em outros somos somente a personificação da resistência. Alguns dias chove, noutros somos a própria sequidão. Um probleminha pequeno aqui, outra prova de oração ali, o gás que acaba e o amor que multiplica... As pessoas que vão compartilhando conosco o cantil de água, outras que precisam parar para descansar, algumas que escolhem partir noutra direção e outras que fazem questão de ficar... Das situações que não nos define à escassez que pode nos fazer abundante, para a turma dos anos 90 até uma pandemia agora temos para contar. As decepções, os tombos, os caminhos errados, e a sombra que pensamos estar no fim do túnel, tudo ocorre durante o processo. Nem todos os negócios prosperam, nem todos os sonhos se realizam e quando percebemos precisamos nos reinventar: recomeçar! Mudar de direção, retornar a origem, levantar e espanar a poeira, passar por momentos de silêncio, respirar, nos empenhar ao caminho quando já não temos a mesma força que acumulamos para começar. Alguns desistem, outros que se machucam, alguns que continuam nos caminhos largos, e aqueles que persistem mesmo que temporariamente machucados, ou seja, dá forma que conseguem ir a algum lugar. Alguns focam nas dificuldades, outros nas belas paisagens, escolhas individuais de cada um. A tempestade chega mas vem também a fé de que haverá sol quando ela passar. O túnel parece de sombras, mas é feito para ligar algo a algum lugar, logo, a presença de luz na outra extremidade nos faz entender o porquê da escuridão. E o tempo que parece ditar o compasso na verdade é flexível e personalizado para cada um, já que não somos as rugas, os bens, os cabelos brancos e as próprias conquistas, somos o que somos em cada fase. O maior principio da vida passamos no processo que é moldado através das escolhas que fazemos, então porque não contemplar o presente que é o processo?! Quando chegarmos em algum lugar (ainda que haja percurso), iremos entender que foi necessário esperar por algo e sermos ativos nesse tempo de espera, porque Deus é o tempo que nos molda enquanto esperamos. Quando estivermos mais adiante na trilha, iremos constatar que até para começar a andar foi necessário acreditar que nosso potencial era maior que nosso medo. As nossas incertezas (medos) quando afloradas e extremas pode nos impedir de arriscarmos ao primeiro passo de tudo em nossa existência. E a nossa existência só tem sentido quando a encaramos como o processo. De que sentido teríamos se para alcançar o topo perdêssemos a eternidade, ainda que essa seja breve e restrita àqueles que convivem conosco. Depois que levantamos e recomeçamos, descobrimos que o peso necessário que estavam em nossos ombros é a força das nossas pernas ao caminhar. Foi necessário a dor para passarmos por um processo de lapidação da nossa personalidade. Porque tudo o que enfrentamos e não recuamos nos ensina a ter identidade em todo caminho adiante. E persistir caminhando na estrada que é a vida é persistir no desejo de vivê-la ainda que percamos partes dos sonhos. É recomeçar tantas vezes quanto for necessário, para que por constância em nós nasça uma fé inabalável.

14/09/2020

Aúdio Disponível do texto em "VOZ".

Keith Danila
Enviado por Keith Danila em 14/09/2020
Reeditado em 14/09/2020
Código do texto: T7063064
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