Que a consciência se espalhe pelo mundo afora...

Negro raça, Negro força...Negro vida!

Negro alma deste solo de "Brasil"!

Negro voz...Negro História dolorida,

Alvo Negro... Negro alvo...rimas mil!

Poesia no navio de Castro Alves!

Rimas trôpegas ecoadas pelo mar...

No trajeto pelas ondas, magoado

Sentimento... que na alma, fez chorar!

Negro Dor...és metáfora de Vitória!

Tua História é Acalanto da emoção!

Tua canção é o caminho da tua glória,

Tua luta é palco de aclamação.

Teu exemplo é Bandeira a ser erguida,

-Consciência! - Aqui tremula um coração!

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Segue, a título de ilustração poética, um trecho do "NAVIO NEGREIRO", do grande CASTRO ALVES.

Escolhi este trecho porque o considero um dos mais comoventes do poema.

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Ontem a Serra Leoa,

A guerra, a caça ao leão,

O sono dormido à toa

Sob as tendas d'amplidão!

Hoje... o porão negro, fundo,

Infecto, apertado, imundo,

Tendo a peste por jaguar...

E o sono sempre cortado

Pelo arranco de um finado,

E o baque de um corpo ao mar...

Ontem plena liberdade,

A vontade por poder...

Hoje... cúm'lo de maldade,

Nem são livres p'ra morrer. .

Prende-os a mesma corrente

— Férrea, lúgubre serpente —

Nas roscas da escravidão.

E assim zombando da morte,

Dança a lúgubre coorte

Ao som do açoute... Irrisão!...