SABEDORIA, COMO ALCANÇÁ-LA?

Desde que o ser humano nasce ele começa a aprender. Independentemente da sua vontade, ele assimila conhecimentos que lhes serão úteis e imprescindíveis durante a sua existência. Muitos conhecimentos, ainda que tidos como naturais e normais, como mamar, são aprendidos de uma ou de outra forma.

O ser humano adquire conhecimentos através de métodos pedagógicos ou, independentemente disso, através dos órgãos dos sentidos que possue: visão, audição, tato, olfato, paladar.

Não obstante o conhecimento prático ser importante, reveste-se de maior importância, em muitos aspectos, o conhecimento teórico. Ninguém, em sã consciência, daria sua perna ou um membro seu para uma víbora picar, a fim de saber que ela possui peçonha e que a sua peçonha mata ou pode matar.

Cremos que Deus ao criar o primeiro casal, já que os fez na medida de adultos quanto a estatura, deu-lhes, também, entendimento quanto, pelo menos, ao básico, o que é uma bagagem considerável de conhecimento. Naquele tempo também, não havendo os meios de comunicação e expressão que hoje possuímos, Deus falava com os nossos primeiros pais.

Hoje, não obstante Deus ainda falar com o homem diretamente, deixou-lhe meios como saber não só a sua vontade, como ter conhecimento de muitas coisas que levariam muito tempo para o homem aprender e/ou confirmar.

As Sagradas Escrituras são a revelação de Deus para o homem. Mais, ainda assim, exige certas condições para o seu discernimento. Vejamos:

“Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao entendimento, e se clamares por sabedoria, e por inteligência alçares a tua voz, se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. Porque o SENHOR dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos: escudo é para os que caminham na sinceridade.” Pv. 2:1-7.

Como vimos, as pré-condições devem ser cumpridas para se alcançar o resultado total.

Fala-nos o Senhor através de Salomão que “nada se pode comparar a sabedoria.” Pv. 3:15. “E que não se deve apartar as coisas mencionadas no capítulo três de diante dos olhos do filho, e que ele deve guardar a verdadeira sabedoria e o bom siso. Porque serão vida para a alma dele, e graça para o seu pescoço.” Pv. 3:21 a 22.

Falando da verdadeira sabedoria diz o apóstolo Paulo, escrevendo à Timóteo: “Ó Timotéo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência; a qual professando-a alguns, se desviaram da fé.” I Tm. 6:20 a 21.

Como vimos, existe a verdadeira sabedoria e a falsa sabedoria. Para se alcançar a primeira, faz-se necessário que se cumpra os requisitos preestabelecidos para isso.

Mas além dessa forma de assimilação de conhecimento, que implica em obediência, preces, busca, existe outra que resulta na inspiração direta concedida pelo Pai, através do seu Santo Espírito.

É através da revelação do Pai que ficamos sabendo desse direito. Isso está exarado na I epístola de Paulo aos Coríntios. Veja:

Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados. Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema, e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo. Ora há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Espírito, ou melhor, o mesmo Deus que opera tudo e todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. I Tm. 12:1-11.

Esse tipo de sabedoria só é operada inspiradamente pelo Espírito de Deus e não pode ser aprendida por aprendizado pedagógico, ou pela observação feita pelos órgãos dos sentidos. Também não são obtidos nessa ordem obrigatoriamente, nem todos devem tê-los na sua totalidade. Por isso diz-nos o apóstolo: Porventura são todos apóstolos? são todos profetas? são todos doutores? são todos operadores de milagres? têm todos o dom de curar? falam todos diversas línguas? interpretam todos? I Tm. 12:29-30.

E para que a palavra do Senhor se cumpra, e para que ninguém presuma que por ter obtido alguns desses dons está isento de observar os mandamentos do Senhor, diz-nos o apostolo no capítulo 13 que eles são sem valor se não houver a caridade ou amor, que significa a guarda dos mandamentos.

Apesar de em Provérbios os mandamentos virem como pré-condições para se alcançar a sabedoria, em Coríntios o apóstolo diz-nos que os dons sem o amor ou caridade (observância dos mandamentos de Deus) se torna nula.

Portanto, conclui o mesmo apóstolo: Segui a caridade, e procurai com zelo os dons espirituais, mais principalmente o de profetizar. Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios. Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação. O que fala língua estranha edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.

Como vimos os dons não são um direito apenas de pastores, e por quê? Para que ninguém vá além do que está escrito, não se ensoberbecendo a favor de um contra outro. I Co. 4:6. Para que haja também integração e unanimidade, bem como dependência como nos mostra I Co. 12:12-26.

Alcance a sabedoria, ela dará graça ao seu pescoço mais do que um colar de pedras preciosas.