AME-OS, E SEJA FELIZ!

Deus na sua imensa sabedoria instituiu mandamentos para nortearem o comportamento do homem. E como o homem é um ser que tem capacidade intelectual e raciocínio, é através do conhecimento que ele pode ser moldado e formado de acordo com o modelo padrão, e que se requer para ser cidadão dos céus. Por essa razão diz o apóstolo Paulo: Toda Escritura inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir na justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra. II Tm. 3:16.

Há quem diga que o temor de Deus é algo que se traz de berço. Mas não é isso o que diz a Escritura, veja:

Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e guardares os meus mandamentos, para fazeres atento a sabedoria o teu ouvido, e inclinares o teu coração ao entendimento; e se clamares por sabedoria e por discernimento elevares a tua voz; se como a prata buscares, e como a tesouro escondido a procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. Pv. 2:1-6.

Assim, se faz necessário que conheçamos não somente o porque do dever de observar o mandamento que intitula este trabalho, mas saber como também podemos observá-lo. E nada obstante alguns negarem a Cristo, dizendo que os seus mandamentos foram abolidos, diz o apóstolo em uma de suas epístolas:

Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa; para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra. Ef. 6:1-3.

O apóstolo não somente manda honrar o pai e a mãe, mas relembra que isso é mandamento, dizendo ser o primeiro com promessa.

Assim, de posse da autoridade que as Escrituras nos conferem, e de acordo com o que o Espírito de Deus nos mostra e nos concita, vamos buscar erigir a construção sobre a base, os mandamentos de Deus, tendo como pedra principal de esquina, o próprio Cristo, que corresponde à palavra de Deus, que é viva e eficaz e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e apta para discernir pensamentos e intenções do coração.

Quando Deus, cumprindo a sua promessa feita a Abraão, retirou o povo de Israel da terra do Egito, e o levou para a terra de Canaã, se manifestou ao povo de forma terrível no deserto do Sinai. E a primeira e única coisa que ele falou o povo foi a sua lei. Êx. 20:1-17. E ao mesmo tempo disse a Moisés que lhe daria estatutos e juízos para que ele ensinasse ao povo, a fim de que o povo temesse a Deus todos os dias que habitasse sobre a terra. Dt. 4:14. As instruções dadas por Moisés são também chamadas de “lei de Moisés”, e a transgressão dela resultava em morte para o transgressor.

Como a lei de Deus é a síntese dos seus ensinos, sendo o fundamento sobre o qual se ergue o edifício religioso do que convencionou-se chamar de cristianismo, há necessidade de ela ser explicitada, afim de que aqueles que querem ser perfeitos possam alcançar a largura, a altura, a profundidade e o comprimento, e cheguem a estatura de varões perfeitos, ao conhecimento do Filho de Deus, estando arraigados e sobreedificados em amor.

Nada obstante a lei de Deus ser uma, ela pode ser classificada em duas, a saber: o amor a Deus propriamente, e o amor ao próximo. E isso dizemos pelo seguinte fato:

Quando Jesus esteve neste mundo, e foi inquirido por um certo mancebo sobre o que fazer para herdar a vida eterna, ele mencionou primeiramente os mandamentos relativos ao próximo, dizendo: se queres entrar na vida, guarda os mandamentos. E inquirido pelo mancebo sobre eles, respondeu Jesus: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho; honra o teu pai e a tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Diante da afirmação do mancebo de que todos esses mandamentos ele vinha observando desde a sua mocidade, então Jesus disse-lhe que ainda lhe faltava uma coisa, a saber: vender tudo o que ele possuía, dar aos pobres, e então segui-lo.

Outrossim, outro mancebo inquiriu de Jesus qual era o primeiro de todos os mandamento. Ao que respondeu Jesus: O primeiro de todos os mandamento é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. E disse: Não há outro mandamento maior do que estes. Mc. 12:28-34.

E Mateus registrou o episódio assim:

E um deles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar, dizendo: Mestre, qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos depende toda lei e os profetas. Mt. 22:35-40.

Esse episódio tem servido de tropeço para alguns que afirmam ter Jesus resumido a sua lei em duas, a saber: amarás ao Senhor teu Deus e ao teu próximo como a ti mesmo. Isso não está correto. E temos base nas Escrituras, veja:

Quando Jesus citou os mandamentos ao mancebo rico, ao final ele disse: e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Apesar de a observância dos mandamentos já serem nossa prova de amor para com o próximo, ainda assim o Senhor mandou o mancebo amar o próximo como a ele mesmo.

Mas como o nosso objetivo é discorrer sobre o quinto mandamento da lei de Deus, ensinando como observá-lo, então voltemos a isso.

Nas instruções dadas por Moisés, uma diz:

Quando alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedecer à voz de seu pai e à voz de sua mãe, e, castigando-o eles, lhes não der ouvidos, então seu pai e sua mãe pegarão nele, e o levarão aos anciãos da sua cidade, e à porta do seu lugar; e dirão aos anciãos da cidade: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz; é um comilão e beberrão. Então todos os homens da sua cidade o apedrejarão com pedras, até que morra; e tirarás o mal do meio de ti, para que todo o Israel o ouça e tema. Dt. 21:18-21.

É mister que se atente para os seguintes pontos que queremos salientar nesses juízos dados por Deus a Moisés:

Que os próprios pais deveriam levar o filho aos anciãos que exerciam o juízo; que os próprios pais começavam o julgamento, relatando o mau comportamento do filho; que os pais declaravam que o filho não se lhes submetia, não dando ouvido à voz de seus pais; que o filho era comilão e beberrão, além de rebelde e contumaz. E a razão para esse juízo era o de tirar o mal do meio do povo de Israel, para que todo ele o ouvisse e temesse.

Mas alguém poderia dizer que Deus mudou esse conceito, e, que, hoje Ele, na pessoa de Jesus, é só amor, e ele não mais leva isso em conta. Entretanto nas Escrituras mais recente, na que os homens convencionaram chamar de “Novo Testamento”, vemos o apóstolo Paulo afirmar que os filhos desobedientes aos pais são dignos de morte, veja:

E como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém; estando cheios de toda a iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães, néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; os quais conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem. Rm. 1:29-32.

Como vimos, os filhos desobedientes estão em pé de igualdade com todos os demais transgressores, sendo dignos de morte.

Ainda que hoje não se exerça o juízo pelos anciãos da igreja, ainda assim os filhos que não se converterem serão objetos do juízo de Deus. Mas é necessário que os pais falem aos filhos, pois isso também é instrução de Deus por Moisés, veja:

Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Dt. 6:4-7.

Mas e a idade em que isso deve ocorrer. De quando, até quando?

Um dos maiores exemplos de obediência e submissão que as Sagradas Escrituras nos fornecem é o caso de Isaque, que, nada obstante ter quarenta anos, recebeu por esposa a Rebeca, a quem um empregado de Abraão foi buscar para lhe ser por mulher. Gn. 25:20.

Abraão era homem rico, e Isaque era o seu herdeiro. Como Isaque fora gerado por Abraão aos noventa e nove anos, e já sendo de quarenta, seu pai então tinha cento e quarenta quando mandou buscar mulher para o seu filho. E Isaque acatou a decisão do seu pai, e não foi experimentar se a mulher era boa ou não.

O homem do mundo tem por costume unir-se em matrimônio com quem lhe agrada aos olhos, e não admite e até reprova um ato como o de Abraão. Entretanto Isaque foi feliz, enquanto que os homens do mundo de hoje têm sofrido decepções amorosas. Mas isso é por que os homens têm se guiado por vista, a qual é enganosa, enquanto que Abraão e os demais patriarcas se guiavam por fé. Aliás, não é sem razão que Abraão é o pai dos crentes e símbolo de fé.

Deus deu aos pais que fossem qual deus para os filhos. E quando estes não se submetem aos pais, segundo as regras estabelecidas por Deus, eles insurgem-se contra Deus, que é o autor de juízos retos.

Quando o Senhor deu estatutos para o seu povo, instruiu a Moisés, que escreveu:

Quando o Senhor teu Deus te tiver introduzido na terra, a qual vais a possuir, e tiver lançado fora muitas gentes de diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os amorreus, e os cananeus, e os fereseus, e os heveus, e os jebuseus, sete gentes mais numerosas e mais poderosas do que tu; e o Senhor teu Deus as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as destruirás; não farás com elas concerto, nem terás piedade delas; nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos, e não tomarás suas filhas para teus filhos. Dt. 7:1-3. Donde concluímos que aos pais é dado o direito de dar os filhos as mulheres, ou tomar maridos para as filhas.

E o caso de Abraão não é fato isolado. Pois Agar, serva de Abraão que concebeu dele, foi quem tomou mulher para o seu filho Ismael. Gn. 21:17-21.

Outrossim, em passado mais recente, vemos outros pais dando suas filhas em casamento a quem lhes convinham.

É o caso das filhas de Saul.

Também Sansão pediu a seus pais que pedissem em casamento certa mulher da qual se tinha agradado. Jz. 14:1 e 2.

Sendo o amor um dom de Deus, aquele que agir de acordo com os seus preceitos, e honrar aos pais nesse mister, terá com certeza o amor pelo parceiro que seus pais escolherem.

Conheci um homem que, quando quis casar, anunciou isso à sua mãe. E esta lhe disse que ela escolheria a mulher para ele. Como ele fosse submisso à sua mãe, deixou que assim se fizesse, embora tivesse outra donzela em vista. Casou-se com aquela que sua mãe lhe escolheu, com quem viveu por mais de cinqüenta anos, e dizia que, mesmo com mais de setenta anos de idade, amava a sua mulher.

Ainda que o mundo jaza no maligno, oxalá o povo de Deus praticasse aquilo que Deus determinou para ele, a fim de que seja povo santo. Quem tem ouvido ouve o que o espírito diz às igrejas. Vós pais: Não dê seu filho ou sua filha ao povo estrangeiro. E vós filhos: Honrem a vossos pais: Deixem eles escolherem para vós aquela que deve ser a herdeira da graça convosco!

O livro de Provérbios está repleto de instruções para os filhos, fazendo uma símile entre os pais terrestres e o Pai celeste.

Outrossim, nada obstante o mundo ter conceitos divergentes dos constantes nas Escrituras, nestas abundam instruções para que os filhos sejam sujeitos a seus pais. Dentre elas temos:

E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, e não desmaies quando por ele fores repreendido; porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos. Além do que tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? Porque aqueles, em verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade. E, em verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela. Hb. 12:5-11.

O apóstolo dos gentios, aos quais pertencíamos outrora, dá ainda outra instrução, dizendo:

Vós filhos, sede obedientes a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor. Cl. 3:20.

Há, entretanto, aqueles que devido ao mau costume do mundo deixam seus filhos entregues a si mesmos, se preocupando tansomente em lhes favorecer com ensino ministrado nas escolas, do que resulta filhos rebeldes. Pelo que diz a Escritura: A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe. Pv. 29:15. E, portanto, recomenda:

Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém pois que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia; (porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?) I Tm. 3:1-5.

Por conseguinte, diz ainda o apóstolo em outras epístolas:

E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor. Ef. 6:4.

Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais; porque isto é agradável ao Senhor. Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo. Cl. 3:21.

A obediência tem a promessa da benção. Os filhos que forem obedientes aos seus pais, honrando-os, certamente serão mais felizes. Entretanto, aqueles que não se submeterem e não se corrigirem, não se conformando com os ensinos divino, certamente receberão os castigos merecidos, além de serem infelizes nesta terra. Não é sem razão que diz a Escritura:

Os olhos que zombam do pai, ou desprezam a obediência da mãe, corvos do ribeiro os arrancarão e os pintãos da águia os comerão. Pv. 30:17.

Portanto, honra o teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá. Êx. 20:12.

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