Meu pai, Luiz de Souza Silva


 
O homem antigo, cristalizado no tempo, além da vida e da passagem do corpo. Com seus olhos brilhantes, que visões de futuro contempla? Será que consegue antever as muitas imagens do País que percorrerá e a luta cotidiana e clandestina por um mundo resgatado de suas misérias? A perda da Utopia ele não pôde ver, isto o teria matado antes do tempo em que, efetivamente, se foi; este homem do retrato que, entre as tantas experiências de sua juventude, foi garimpeiro.Certa vez garimpou um modesto diamante o qual, em situação de aperto financeiro, pensou em vender. No último momento, desistiu do ato, resolveu guardá-lo  para, no futuro, transformá-lo em dois anéis para a mulher e a filha que haveria de ter. O homem do retrato, de olhos tão brilhantes, que um dia fugiu do campo, da fazenda do pai, da madrasta, de um mundo feudal de princípios feudais, para um Sonho que a História se mostrou incapaz de viver.Este homem, meu pai. 


Luiz de Souza Silva, meu pai.




                               Boa tarde, amigos.