Que todos hão de ressuscitar é fato relatado nas Sagradas Escrituras, e é matéria aceita como coisa certa pela maioria de quem se diz cristão. Agora, como voltarão os que ressuscitarão na segunda ressurreição, a dos injustos, não é assunto do conhecimento de todos, mesmos de alguns experts em matéria de assunto escatológico. Como virão (ressuscitarão)? Vejamos.

No trabalho que codificamos com o título “Todo mundo nu”, falamos sobre o modo como voltarão (ressuscitarão) os que não forem havidos dignos de vida eterna, quais sejam, os ímpios e pecadores. Mas fomos sucintos na ocasião. Agora vamos buscar mais subsídios e fundamento bíblico para consubstanciar a nossa tese sobre o modo como voltarão os últimos a ressuscitar.

Bem, após o pecado de Adão e Eva, o primeiro casal criado por Deus, e a partir daí, os humanos passaram a ter consciência de nudez e também passaram a ter o senso de pudor. Não que fossem sem pudor, mas não havia a consciência de nudez como há. O sexo nem ainda era cogitado como coisa que pudesse ser fonte de prazer e reprodução, talvez. O ser humano estava no limiar da vida, qual uma criança de um ano, a qual não sente vergonha de sua nudez. Mas, a partir da transgressão do primeiro casal, este teve a sua visão alterada e se deu conta de que havia algo vergonhoso nele. Assim, buscou ocultar-se da presença de Deus, como se isso fosse possível, e fez aventais para si. Deus imolou um cordeiro, símbolo do sacrifício que ele faria num futuro em benefício do homem e os vestiu, não sem antes ter perguntado ao varão a quem Ele havia dado ordem para que não comesse da árvore da ciência do bem e do mal, onde ele estava. Adão disse que tinha ouvido a voz de Deus soar no jardim, mas que se escondeu, porque estava nu.

A história de Adão e Eva é tão simples, que é tida como fábula, e, assim, é rejeitada até por aqueles que se têm como cristãos. Mas muitos outros textos bíblicos podem comprovar o que é relatado sobre ela, os quais nos levam a dar crédito à narrativa bíblica sobre a origem do homem e a sua degeneração moral.

Ao mesmo tempo em que muitos fazem apologia à nudez, inclusive como modo de prevenir a especulação exacerbada sobre ela, esta se tem tornado motivo de perversão em todos os sentidos. E onde ela tem sido promovida, o ser humano tem ficado insensível e perdido o equilíbrio psicológico. Onde há promiscuidade entre pais e filhos com relação à nudez, também ocorrem promiscuidade sexual.

Como falamos no texto que produzimos e referido ao início, por que Deus teria o cuidado de restaurar as vestimentas dos que morreram como indignos dele por ocasião das suas ressurreições? Já que a vestimenta tem o objetivo de encobrir a nudez daquele que sente vergonha dela, embora as vestimentas também possam manifestar o caráter vaidoso de quem se veste, os que morrerem como indignos de Deus é porque não tiveram vergonha e não o temiam.

Aliás, é isso o que acontece com quem não teme a Deus, observando os seus mandamentos, se torna inescrupuloso e sem pudor, embora que possa até não parecer.

Um texto do apóstolo Paulo diz que os que forem havidos dignos de ressuscitarem na primeira ressurreição serão transformados num abrir e fechar de olhos. E um texto do profeta Ezequiel fala de um bando que será liderado por um ser que lhe dirigirá para a cidade querida – A Nova Jerusalém, veja:

“Virás, pois, do teu lugar, dos lados do Norte, tu e muitos povos contigo, montados todos a cavalo, grande multidão e poderoso exército; e subirás contra o meu povo de Israel, como nuvem, para cobrir a terra. Nos últimos dias, hei de trazer-te contra a minha terra, para que as nações me conheçam a mim, quando eu tiver vindicado a minha santidade em ti, ó Gogue, perante elas. Assim diz o Senhor Deus: Não és tu aquele de quem eu disse nos dias antigos, por intermédio dos meus servos, os profetas de Israel, os quais, então, profetizaram, durante anos, que te faria vir contra eles? Naquele dia, quando vier Gogue contra a terra de Israel, diz o Senhor Deus, a minha indignação será mui grande. Pois, no meu zelo, no brasume do meu furor, disse que, naquele dia, será fortemente sacudida a terra de Israel, de tal sorte que os peixes do mar, e as aves do céu, e os animais do campo, e todos os répteis que se arrastam sobre a terra, e todos os homens que estão sobre a face da terra tremerão diante da minha presença; os montes serão deitados abaixo, os precipícios se desfarão, e todos os muros desabarão por terra. Chamarei contra Gogue a espada em todos os meus montes, diz o Senhor Deus; a espada de cada um se voltará contra o seu próximo. Contenderei com ele por meio da peste e do sangue; chuva inundante, grandes pedras de saraiva, fogo e enxofre farei cair sobre ele, sobre as suas tropas e sobre os muitos povos que estiverem com ele. Assim, eu me engrandecerei, vindicarei a minha santidade e me darei a conhecer aos olhos de muitas nações; e saberão que eu sou o Senhor. Tu, pois, ó filho do homem, profetiza ainda contra Gogue e dize: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe de Rôs, de Meseque e Tubal. Far-te-ei que te volvas e te conduzirei, far-te-ei subir dos lados do Norte e te trarei aos montes de Israel. Tirarei o teu arco da tua mão esquerda e farei cair as tuas flechas da tua mão direita. E te farei voltar, e porei anzóis nos teus queixos, e te levarei a ti, com todo o teu exército, cavalos e cavaleiros, todos vestidos bizarramente, congregação grande, com escudo e rodela, manejando todos a espada; nos montes de Israel, cairás, tu, e todas as tuas tropas, e os povos que estão contigo; a toda espécie de aves de rapina e aos animais do campo eu te darei, para que te devorem. Cairás em campo aberto, porque eu falei, diz o Senhor Deus. Meterei fogo em Magogue e nos que habitam seguros nas terras do mar; e saberão que eu sou o Senhor. Farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo de Israel e nunca mais deixarei profanar o meu santo nome; e as nações saberão que eu sou o Senhor, o Santo em Israel. Eis que vem e se cumprirá, diz o Senhor Deus; este é o dia de que tenho falado.” Ez. 38:15 e 39:1 a 8.

Como vimos no texto anterior, os bandos, Gogue e Magogue, ou seja, ímpios e pecadores, serão liderados pelo ser que é chefe sobre eles e levados por ele contra Jerusalém e os povos que foram separados por Deus dentre as nações, que são os havidos dignos de vida eterna, os quais habitarão seguros em cidades sem muros. E os bandos irão vestidos bizarramente e também armados.

Dele, do chefe, é dito o seguinte no livro de Apocalipse:

“Então, vi descer do céu um anjo; tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações até se completarem os mil anos. Depois disto, é necessário que ele seja solto pouco tempo. Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a peleja. O número dessas é como a areia do mar. Marcharam, então, pela superfície da terra e sitiaram o acampamento dos santos e a cidade querida; desceu, porém, fogo do céu e os consumiu. O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos.” Ap. 20:1 a 3, 7 a 10.

No decurso do milênio entre a primeira e a segunda ressurreição, a terra estará em descanso e o enganador dos povos acorrentado. Mas, depois disso, os povos que estiveram mortos ressuscitarão, e o chefe deles sairá a engana-los e persuadi-los a se dirigirem contra a cidade querida. E como o intervalo de tempo entre a primeira e a segunda ressurreição é longo, e a terra estará em descanso, então os materiais que haviam sido produzidos pelas indústrias de tecidos não suportarão as intempéries e se deteriorará, pelo que os bandos lançarão mão do que for possível para se vestirem, razão porque se vestirão bizarramente, e assim marcharão pela superfície da terra rumo a cidade santa, persuadidos de que poderão adentrá-la, ocasião em que serão mortos eternamente.

Assim, os pelados, desse modo ressuscitados, estarão como gostavam de estar no mundo, nus, tanto física quanto espiritualmente.

Se vista da couraça da justiça, os mandamentos de Deus, a fim de escapar do que está previsto acontecer com aqueles que não forem havidos dignos de ressuscitar na primeira ressurreição, os quais serão lançados no lago que arde com fogo e enxofre e morrerão a segunda morte. Ap. 21:8.

Oriximiná-PA, 15/11/2015

Oli Prestes

Missionário

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